Professores repudiam pressão patronal para volta às aulas

 

Fonte: Fepesp; 31/07

Vídeo em defesa da volta às aulas tem causado revolta em professores e trabalhadores em estabelecimentos de ensino. A peça, produzida pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro, insinua que crianças e adolescentes estariam imunes aos riscos do coronavírus por serem assintomáticos.

A narração do vídeo coloca em xeque estudos sobre a pandemia do coronavírus e o distanciamento social, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e adotado em todo o mundo democrático.

Entidades que representam trabalhadores do setor repudiam a publicação. Para o professor Celso Napolitano, presidente da Federação dos Professores do Estado de SP e diretor do SinproSP, a volta às aulas só pode ocorrer no tempo certo e em condições que vão muito além das medidas sanitárias. Ele diz: “Essa discussão não deve ser motivada por critérios econômicos ou políticos, mas com base em certificados científicos que garantam a saúde de toda a comunidade acadêmica e escolas, incluindo alunos, pais funcionários e educadores”.

Segundo Napolitano, familiares dos alunos, professores e demais trabalhadores da escola são simplesmente ignorados. “É uma ação criminosa, que têm por meta unicamente garantir os interesses econômicos de alguns empresários que tratam a educação como mera mercadoria. Eu não colocaria um filho meu numa instituição que compartilhe desse pensamento”, ele declara.